Estou ansiosa. Quero escrever e ao mesmo tempo não consigo.
É bom ser lembrada que há gente que tem qualquer coisa dentro que não pedra e cal.
É curioso como há momentos que não se esquecem.
Há uns quantos anos (mais de 10!), pela altura de natal regressava um dia da escola à hora do almoço quando me cruzei com um senhor, daqueles que têm um mapa desenhado pelas rugas na cara, com um boné do F.C.P.. Já devia ter passado por ele um milhão de vezes, pelo menos. E, é um facto, sempre me passou ao lado.
Nesse dia, a descer a rampa que iniciava a minha rua, olhei para ele, sorri e disse "Feliz Natal!".
Não fazia ideia de qual seria a reacção dele. Talvez o esperado fosse um resmungo qualquer atirando por terra qualquer espírito positivo. Não. Sorriu-me, levou a mão à pala do boné e com um ar meio surpreendido e já de cabeça rodada para contrariar o movimento contrário das nossas pernas, replicou-me um "feliz natal".
Tenho a certeza (ia escrever acho...) que foi o mais profundo sincero e marcante cumprimento que já tive na minha vida.
Não sei se o senhor continua por cá. Por mim continua certamente.
Feliz Natal.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
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