domingo, 6 de julho de 2008
Yes, dear?...
Era dia de festa e fazia-se notar o cuidado da associação da cor da gravata com a indumentária da respectiva companhia. Já tinha ouvido falar, mas ver tal tão presente era a primeira vez.As tradições fizeram-me alguma confusão, a nova moda de os convidados irem dar uma curvinha ao bilhar grande e só voltarem para os comes da noite tem muito que se lhe diga. Fico feliz pelas senhoras, que nesta altura apresentam roupas mais confortáveis e sapatos prontos a rodopiar ao som de umas notas meias tontas perdidas numa pauta. Venha mais vinho e comida para os senhores e estamos todos felizes.Ela e ele foram dos que decidiram ir dar a tal curva. Ela, sempre cuidada ao milímetro (que a natureza não lhe deu traços para que pudesse dar ao luxo de não o fazer) regressou com outro vestido de cerimónia, preto (adequado à hora), com um recorte invulgar e atrevido.Comentei que a gravata dele tinha deixado de combinar com o vestido dela. Riram-se e ela fez-me reparar que os tons da maquilhagem e das unhas mantinham a ligação. Ele, a muitos milímetros de distância da imagem dela, e cuja voz não se tinha sentido praticamente o dia todo, fez-se ouvir com a mesma rapidez de uma rolha a saltar de uma garrafa de champanhe: "combina com as tuas cuecas". A mão dela aterrou na cara dele a igual velocidade acompanhado dum "parvo", fazendo ambas as bochechas, as dela e as dele, ficarem no mesmo tom. Os sorrisos envergonhados dela faziam adivinhar que ele não se voltaria a sentir o resto da noite.
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2 comentários:
e assim se formou um quarteto vermelho... as bochechas dele e dela, a gravata e as cuecas. Se fosse um quarteto de cordas, ainda podia toar um nota... assim, venham os gemidos mais pela noitinha, eles, ambos rubros pelo ardor do momento, e o vermelho das cuecas pelo chão com a gravata.
2 conclusões (isto para ser poupadinho):
1ª a violência doméstica não escolhe género...
2ª ou as cuecas não combinavam nada ou não usava cuecas (era a surpresa da noite...)
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