Não foi fácil vir para Roma. E tudo o que tem acontecido tem sido inesperado, longe de cumprir eventuais objectivos determinados. Falta-me tudo, até o ar. E do ar da sua graça.
Diz-se "em Roma sê romano" mas eu desaconselho. Digo antes "sê meio romano". Isto porque os italianos são, em geral (que me desculpem as excepções à regra mas cada dia que passa vejo isto mais confirmado) são muito dados à poluição - de todos os géneros - ao desleixo e à desorganização. São, da cabeça aos pés, latinos de sangue quente. Basta ver pela sua maneira de conduzir (ao fim de 3 meses ainda me sinto intimidada, mas creio já ter aprendido a atravessar a "via"...).
Mas fazem-me lembrar do que é ter orgulho pelo proprio país; defendem as suas coisas com unhas e dentes, quando é para protestar fazem-no com todo o fôlego e sem medo. Vivem igualmente do futebol mas sabem do que se passa na política, não se esquecem do mundo para além da bola.
Estou a ser bem tratada. Gosto de aqui estar. Gosto de regressar a casa e cruzar amplas praças e avenidas, imponentes igrejas, pincelados em tons de pastel casas saídas de um cenário muito bem cuidado. Gosto de mudar de rua e encontrar mais um conto da História. É bom sair à descoberta. E sozinha exploro cantos mais invulgares, detalhes esquecidos.
Há dias disseram-me algo curioso... se é verdade ou não, não sei, mas se assim for, devo ser como Roma. Roma não é uma cidade para se descobrir no meio dum grupo, no meio duma festa. Está sempre viva, mas tem demasiado mistério. É para ser conhecida com calma, sozinha, tranquilamente. Saber estar tranquilamente em Roma é para quem sabe sentir... eu não sei se a sinto. Mas gosto de cá estar.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
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